Um dia na vida de um RP: um relato (quase) real e honesto

Como é um dia típico de um Relações Públicas?

Um dia na vida de um RP: um relato (quase) real e honesto

Não há um “dia típico” para um RP. Principalmente para aqueles que trabalham numa agência.

Enquanto responsáveis de Comunicação, a nossa prioridade é garantir que todos os stakeholders têm tudo o que precisam para fazer o seu trabalho. Isso significa parar tudo o que estamos a fazer para responder a um pedido de um jornalista ou deixar todos os projectos de lado para ajudar um cliente.

Então? O que é que acontece normalmente? Andar a mil e passar por uma montanha russa de emoções diariamente? Exacto!

Apesar de todos os dias serem diferentes nesta profissão, decidi partilhar, em primeira-pessoa, o relato de um dos meus dias enquanto responsável de comunicação. Será que é assim tão diferente da vossa realidade? Ou há pontos comuns?

Um dia na vida de um Relações Públicas

8:00 – O despertador toca. Altura de sair da cama? Não… primeiro é preciso ver todas as notificações, fazer um check aos emails e ver rapidamente todas as redes sociais.

8:20 – Banho. Para uns é mais um momento corriqueiro dos seus dias. Para um RP? Sinónimo de uma introspecção profunda sobre todas as decisões estratégicas tomadas nos últimos tempos.
Mesmo antes de desligar o chuveiro, surge aquela ideia perfeita para um pitch ou uma nova parceria.

9:00 – Chego ao escritório. Vou à máquina do café. Ligo o computador. Abro o Outlook e vejo que tenho 334 novos emails – respiro fundo, respondo aos urgentes e guardo os outros na pasta dos emails a tratar.

9:20 – Leio as notícias do dia. Procuro clippings, menções aos nossos clientes, referências à concorrência e tendências da indústria.

9:22 – Das duas uma: ou fico contente com um clipping incrível ou deprimida porque a concorrência teve um grande destaque.

9:30 – Vejo um artigo interessante, mas tenho de guardar para ler mais tarde. É altura de enfrentar o dia.

9:31 – Paro para re-avaliar a lista de tarefas. Dou prioridade às questões mais urgentes e faço uma lista do que tem de ser tratado HOJE.

10:00 – Momento agora de preparar o envio do press release do dia.
Vejo os comentários dos colegas e os reparos do cliente – morro um bocadinho por dentro -, e faço as devidas alterações.

10:30 – Preparo todos os materiais para o envio do comunicado… e reparo que o vídeo que deveria estar online ainda não está ou que a fotografia que temos não tem qualidade suficiente. Peço aos colegas do outro departamento para tratar com URGÊNCIA da questão, mas sei que a probabilidade de isso acontecer é zero.

10:31 – Respiro fundo.

10:50 – A situação está milagrosamente resolvida. Está tudo pronto para o envio.

10:55 – Email pronto.

10:56 – Releio, à procura de erros.

10:57 – Envio para mim própria. Vejo como os outros o irão receber.

10:58 – Releio novamente.

10:59 – Descubro um grande erro! Começo a suar e a dar graças aos deuses e santinhos dos comunicados de imprensa por ter reparado antes de enviar isto aos meus contactos.

11:03 – Releio outra vez.

11:07 – E outra vez.

11:09 – Agora sim. Tenho a “certeza” que está tudo perfeito. Tomo finalmente a decisão que está pronto a enviar.

11:10 – Quase a carregar no Enter para enviar… mas a dar aquela uma última revisão, como quem não quer a coisa.

11:15 – Carrego no Enviar.

11:15:02 – Arrependo-me subitamente (!) mas sei que já não há nada a fazer.

11:30 – Vejo o primeiro clipping e de repente sinto que posso retornar à normalidade.

11:35 – PRECISO de outro café.

11:40 – Altura de voltar à proposta de comunicação de um novo cliente.

12:10 – Entretanto recebo uma chamada de um jornalista por causa do envio de há pouco. Pergunta, resposta. Pergunta, Resposta. Done.

12:30 – Apresentação pronta. Está tudo pronto para a reunião de mais logo.

12:35 – Dou um salto à mesa dos designers só para confirmar se aquela brochura para outro cliente está ok.

13:15 – Almoço. A correr.

14:00 – Altura de reunir com o cliente. Apresentação da proposta e discussão sobre a execução. Por esta altura o cliente faz uma ou duas observações que me fazem questionar porque escolhi esta profissão, mas respiro fundo e continuo.

16:00 – Outro café.

16:15 – Altura para atualizar as redes sociais dos clientes e programar as próximas publicações.

17:00 – Volto aos e-mails.

17:55 – Procuro clippings do comunicado de imprensa enviado de manhã.

18:40 – Final da tarde: começo a arrumar as minhas coisas para ir embora…

18:41 – … e é precisamente nesta altura que aquele colega precisa de ajuda para algo SUPER urgente.

19:40 – Crise resolvida. Agora sim. “Até amanhã”.

20:00 – Ginásio? Mmm… não vai dar.

21:00 – Situação para o jantar: a sonhar com uma comida boa e um copo de vinho… mas vai ser uma torrada mesmo.

00:00 – Vou para a cama. Fecho os olhos.

00:17 – Subitamente – não sei como, nem porquê – tenho uma ideia para uma campanha.

00:25 – Agora a sério, cérebro.
Tenho de dormir.
Obrigada.
Até amanhã.
Beijinhos

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Comentários

4 respostas

  1. Como diria um velho ditado, seria cômico se não fosse trágico! Fica difícil imaginar como é ter uma vida assim, mas pra quem gosta deve ser ótimo!

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Sara Vieira

Sara Vieira

Olá! Sou Mentora de Negócios e ajudo empreendedoras a comunicar com mais clareza e fechar mais clientes, através de uma abordagem ética e humana. É isso que procuras? Sabe mais sobre como te posso apoiar na página Serviços.

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