Porque é que vim para a Alemanha (e como é viver aqui)

E como consegui emprego na Alemanha

Tudo começou quando no dia 20 de Novembro de 2014 recebi uma mensagem no Linkedin com o título “Impressive profile!”. Era um convite para uma entrevista, para uma posição numa empresa alemã.

Nessa altura trabalhava numa agência de comunicação em Braga (Portugal) e gostava do que fazia.

Mas a ideia de começar do zero e construir uma carreira lá fora era aliciante para mim. Sou uma pessoa ambiciosa, com vontade de aprender, fazer, crescer. E ali estava. Uma oportunidade para ir para uma multinacional, para aprender com especialistas e fazer o que gosto.

Confesso que não pensei muito. Duas entrevistas depois tinha o contracto na mão e ia começar 2015 com um novo emprego numa nova cidade, onde não conhecia ninguém.

No dia 3 de Janeiro de 2015 aterrei em Dusseldorf, na Alemanha. Uma viagem sem data de regresso e só com voo de ida. Tinha 24 anos, estava sozinha, com duas malas e muitas incertezas, mas com também cheia de confiança e vontade de enfrentar o mundo sozinha e criar o meu próprio caminho.

E foi mesmo isso que aconteceu.

Fui fazendo o meu caminho, com muito foco e trabalho. Conheci pessoas incríveis que me ajudaram e foram a minha segunda família – principalmente no primeiro ano, que é o mais complicado.

A partir daí o desconhecido deu lugar ao familiar e passei a sentir-me em casa.

Como é viver na Alemanha enquanto emigrante

Eu nunca me senti deslocada ou desamparada aqui.

Sempre fui bem tratada pelos alemães, mesmo não falando a língua. Acho que é preciso ter alguma humildade – admitir que não somos daqui – e depois disso eles são acessíveis.

É claro que muitos ainda não falam inglês (ou há outros que falam mas insistem em falar alemão mesmo vendo que não sabes), mas não levo isso a mal. Acho que é cultural. Em Portugal tentamos sempre adaptarmos à língua do outro, ajudar o máximo possível. Os alemães não são tão calorosos como os portugueses nesse sentido, mas não tenho razões de queixa.

A verdade é que a minha geração vive uma realidade bastante diferente das gerações anteriores. Nós falamos uma língua comum – o inglês – e vimos para empresas onde diariamente se fala esta língua.

Temos colegas e amigos que vêm de todas as partes do mundo e que estão na mesma situação que nós. Partilhamos uma língua que nos une.

Mas antigamente não era assim. Era imprescindível aprender a falar a língua local. Contudo, continuo a achar que se o objectivo é “fazer vida” lá fora é indispensável adaptarmo-nos completamente. Só assim é que é sustentável. Caso contrário sentir-te-ás sempre um “estranho”.

Eu vivo em Dusseldorf e estou cá deste que me mudei para a Alemanha, quase há 4 anos.

Gosto muito da cidade. Tendo em conta que venho de uma cidade relativamente pequena – Braga – Dusseldorf tem muito mais oportunidades e coisas a acontecer. Apesar de ser dinâmica, continua a ser pacata e não é nada stressante comparado com outras cidades europeias.

E vocês? Há alguma coisa sobre viver na Alemanha que gostariam de saber? Podem deixar na secção de comentários que tentarei ajudar.

Se tiverem uma experiência semelhante partilhem também. Adoraria saber como é para vocês viver lá fora.

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Sara Vieira

Sara Vieira

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Comentários

Uma resposta

  1. Olá, neste momento estou muito indeciso em relação ao que fazer com a minha vida, Portugal é um excelente país e tudo mais mas no que toca a oportunidades não me deixa satisfeito o suficiente, ou confiante de que vou ser capaz de viver uma boa qualidade de vida sem estar sempre preocupado principalmente com a parte económica… Tenho muitos amigos na Alemanhã com quem poderia conviver, falar e que se precisar de ajuda com certeza me ajudavam.
    Concluí recentemente o 12º ano, tenho 20 anos e ainda não tive qualquer experiência no mundo do trabalho.
    As minhas preocupações são as seguintes… falo muito bem o inglês mas não sei falar Alemão e isso preocupa-me imenso na procura de emprego, as saudades da família e em relação a Portugal, vive-se uma melhor qualidade de vida? A nível económico, nota-se a diferença? Ou os acrescido custos de vida fazem com que seja mais ou menos a mesma coisa?
    Agradeço desde já a atenção dispensada.

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