
Tenho recebido vários pedidos para falar mais sobre a definição do público-alvo e eu percebo porquê. Este é, sem dúvida, um dos passos mais confusos para a maioria dos empreendedores.
Às vezes mesmo grandes marcas não têm noção quem é o seu público. Simplesmente lançam o produto ou serviço e esperam que os clientes apareçam. Mas esta opção sai muito CARA a longo-prazo. Vamos olhar para um exemplo?
Um exemplo prático da importância da definição de público-alvo
Para percebermos a importância da definição de um público-alvo (e para te ajudar a definir o teu) vamos olhar para um exemplo concreto.
Imagina que eu quero lançar uma marca de t-shirts. As t-shirts são de algodão, feitas em Portugal e 3% das vendas revertem a favor da limpeza dos oceanos porque esta é uma causa com a qual eu me preocupo e que é extremamente importante para a marca.
OPÇÃO 1: Não ter um público-alvo definido
Eu não defino público-alvo e lanço as minhas t-shirts para o mercado. Os meus clientes são “quem usa t-shirts”. Esta audiência é gigante e, por isso, em termos de mensagem eu tenho de disparar em todas as direcções e vender para homens, mulheres e crianças. Depois na tentativa de fazer chegar o meu produto ao maior número de pessoas (alcance) trabalho com uma série de influencers – de moda, mom bloggers, etc.
OPÇÃO 2: Ter um target definido e uma clara imagem do meu cliente ideal
Antes de lançar o produto para o mercado, eu analiso bem a marca (visão e valores) e quem é o público que se identifica com a minha proposta de valor.
Eu percebo que o meu público-alvo é alguém que:
- se preocupa com a qualidade da peça, que material é utilizado, onde é que as peças são feitas e se os trabalhadores são bem remunerados;
- compra a marcas locais (e não na Zara ou na Bershka);
- se preocupa com as questões ambientais.
Por saber isto tudo, sei que tipo de conteúdos é que o meu cliente de sonho gosta e consome. Sei que provavelmente usa a hashtag #modaconsciente. Sei que segue não todas as influencers de moda mas apenas aquelas que partilham projectos sustentáveis. Sei os seus sonhos, aspirações, medos e preocupações. Sei que o posso ajudar, ao dar-lhe uma opção mais sustentável – que é exactamente aquilo que ele procura.
Conclusão: quando falamos para todos, não falamos para ninguém
Através deste exemplo, conseguem agora perceber porque é que quando falamos para todos, não falamos para ninguém? Percebem porque é que sai mais caro não ter um público-alvo definido? E percebem os benefícios e clareza que advém de definirmos um público-alvo concreto para o nosso negócio, marca ou projecto?

Queres um exercício prático para te ajudar com a definição do teu cliente ideal? Criei um artigo desenhado para isso mesmo. Consulta-o aqui: Como definir o teu Cliente Ideal [inclui exercício]
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